Como
poderíamos definir o Tempo?
Já ouvir dizer
numa dessas parábolas que rola na Internet, que seria uma Conta Bancária onde
todo santo dia é creditado uma quantidade de horas e usando-as ou não, a zero
hora essa conta é zerada sem deixar crédito nem débito.
Definir o
Tempo é algo relativo a quem irá responder.
Se perguntado
a uma criança talvez respondesse: “É a distância grande que fica entre as
férias de julho e de dezembro, ou é o negócio pequeno que quando acaba, acabam
as férias”. Ou ainda, é uma distância grande que quando terminamos de
percorrê-la poderemos sair de casa sem pedir aos nossos Pais.
Um Idoso poderia
responder: “É uma missão que a cumprindo ou não ela chega ao fim”. É o nosso
maior inimigo que leva a energia da juventude sem nossa permissão e percepção,
e nos transforma em dependentes, inválidos, esquecidos e motivo de piadas pra
muitos.
É um viajante
que passa por todos notificando que a partir de agora não atendemos apenas pelo
nosso nome e também podemos ser chamados de vô, vó, velho (a) ou coroa.
Um Presidiário
poderia responder que seria também seu inimigo, que nunca morre que parece não
ter fim, que andou de mãos dadas comigo e que eu em algum momento eu o
maltratei.
Um Viciado
talvez nunca o conheceu, talvez pense que ele nunca existiu, mas que de repente
ele aparece cobrando uma prestação de contas tamanha que só poderá ser pago com
a vida.
Para um Atleta
tem um valor de ouro ou talvez seja até mais valioso, minutos, segundos ou
milésimos de segundo valem por anos de preparação.
Para um
Empresário é sempre curto, insuficiente para seus projetos, achando nunca ter
fim, é usado de formas diversas, com tudo e com todos, menos com a família e consigo.
Para os Pais
parece ser câmera lenta, quando seus filhos não crescem, ainda não foram para
escola, etc. E quando menos espera ele passa rápido, sem perceber e daí vemos
que ele foi nada mais nada menos do que uma “fenda para olhos” para o presente,
com uma brecha onde estamos enxergando o passado e o futuro.
Para os
Amantes é esperado quando apaixonados, parece não existir, parar quando estamos
ao lado da pessoa que amamos, mas que dói na separação, mesmo sendo apenas
alguns minutos.
Para os
Desamados, para esses tem cheiro de veneno, sabor de morte, cor de tristeza,
tem cara de intruso. Existem aqueles que os vê como remédio, esperando que cure
todas as doenças da alma, creditando a ele a esperança de que tudo ficará
certo, redondo. E esquecemos que o tempo já tem tarefas demais para fazer as
nossas. Esquecemos que as falhas são nossas e temos que resolvê-las, mudando
atitudes, sendo humildes, pedindo perdão e perdoando e não o Tempo.
O Tempo nesse
caso nada mais é do que a porta do Hospital onde nós Pacientes, devemos com
nossos próprios pés, entrar, buscar a especialidade que estamos precisando e
tratarmo-nos. E não um simples remédio, uma poção mágica, uma varinha de condão
que resolve tudo com um simples toque.
Poderia passar
o dia mostrando as várias faces do tempo para cada Personagem diferente. E
talvez ele mesmo não gostasse de minha ousadia e me levasse por ter eu entrado
em sua vida, bisbilhotando e falando dele aos quatro quanto do mundo.
Mas o Tempo
nada mais é do que “O Tempo”: uma palavra dissílaba, paroxítona, um substantivo
abstrato do sexo masculino.
Uma palavra
que muda qualquer oração, qualquer período, texto, poema, livro, etc.
Um Substantivo
que tem cara de Sujeito, que nunca será verbo, pois não poderemos conjugá-lo ao
nosso próprio tempo.
É conta que
nunca fecha, nunca resolvida por uma regra de três, seja ela simples ou
composta, ou até mesmo pela fórmula de bhaskara.
Nunca teremos
uma taxa efetiva ou nominal que calcule seu montante, ou simplesmente seus
juros.
Ingrediente de
muitas Teorias, e nunca prisioneiro, ao controle de algo ou de alguém, é livre,
sem precisar de Desembargadores, Juízes, Habeas Corpus, Tribunais, Recursos,
etc.
Pode ser
companheiro, conselheiro, seu maior cobrador, ou seu maior inimigo.
É camaleão que
se disfarça quando preciso.
É água que aonde
chega toma forma.
Terá vários
conceitos, várias faces, valores, enfim.
Mas uma coisa
é absoluta: ele nunca deixará de existir, querendo ou não.
Até quando o
homenageamos que poderíamos ser poupados de usá-lo, pois nesse caso a vantagem
foi para ele, não tem jeito, nem na sua própria homenagem.
A prova disso
é que aqui na Av. Visconde Suassuna, no Jardim do SENAC as 06h31minh para fazer
esse Artigo tive um débito de preciosos 43 minutos no dia 10 de novembro de
2012.
Assim é O
TEMPO.