1 de mai. de 2012

A carência do "NÃO"




Refletindo após alguns acontecidos durante a caminhada senti hoje a necessidade de refletir um pouco sobre uma palavra que nos acompanha durante toda nossa existência: "NÃO"

De quem é a culpa não sei, mas viajando ao fundo do sentido da mesma, em tese vejo que existem vários valores para tal palavra monossílaba que embora "mono" tenha valores e significados "Poli".

Por que será que só conhecemos um único significado de tal palavra?

Antes acreditava que ao ouvir em alto e bom som: N Ã O, pronto! Tava tudo perdido.

Mero engano, o "Não" abre tantas portas quanto o "Sim" e melhor, nos faz forte, nos educa, nos prepara para amar, para encarar a vida como tem que ser encarada.

Segundo minha humilde concepção, uma hipótese para a limitação do Monossílabo em tela seria as sequelas da Ditadura, do Regime Militar que amordaçou, aprisionou e limitou muita gente.
Devido a isso a educação da época para aquele tempo era de privações.

Com a mudança de tempo, a sociedade exigiu uma Educação mais "livre", mas ficou livre demais, esqueceram de limitar a liberdade. 
Como dizia meu Amigo César (Soldado da PM de Limoeiro-PE): "Debréia !!!"
Pois é esqueceram de debrear, foi só pé no acelerador.
Confundiram liberdade com libertinagem e esqueceram de usar outra palavrinha da família do "L" o Limite.

Ai meu amigo a necessidade do "Não" que tanto foi ridicularizado no passado.

Vejamos o que diz o Padre Antonio Vieira que bem analisou os efeitos do "Não":
“Terrível palavra é o não. Não tem direito nem avesso; por qualquer lado que o tomeis, sempre soa e diz o mesmo. Lede-o como quiserdes, será sempre não(...); sempre morde, fere, leva veneno consigo. Mata a esperança; não há corretivo que o modere, nem arte que o abrande, nem lisonja que o adoce. Por mais que confeiteis um ‘não’sempre amarga; por mais que o enfeiteis, sempre é feio; por mais que o doureis, sempre é de ferro.” E conclui: “Tão injuriosa palavra é um ‘não’. Para a necessidade, dura; para a honra, afrontosa, e para o merecimento, insofrível”.


Mas não (olha ele ai de novo) tem jeito, é preciso viver com o Monossílabo.


Pra endossar minhas palavras vejam o que encontrei na Internet, nas palavras do Dr. Raymundo de Lima  - Doutor em Educação pela USP:
"Na vida líquida de hoje, cuja ética é frouxa, podemos facilmente ser vítimas de paixões loucas. Impossível ir direto ao amor sem passar por elas. O caminho é educar as paixões. Mesmo assim, há riscos.


Atenção Pais, Escola e Educadores: Vamos usar o "NÃO", com ele sofremos menos!

  • Teríamos menos jovens drogados que não estão acostumados a entender as negações necessárias da vida;
  • Menos Políticos Corruptos, pois o povo saberia escolher melhor usando o monossílabo;
  • Professores serão melhores entendidos pelos Pais e pela Escola;
  • A palavra de Deus seria melhor utilizada no dia-a-dia;
  • Os valores que atualmente estão escassos teriam seu lugar de volta, pois o homem passaria a ser julgado pelo que faz e não pelo que tem. Pois conheço pessoas tão pobre, mas tão pobre que só tem dinheiro.
  • O Amor seria mais Amor e a Paixão mais racional, pois a renúncia tão necessária em um relacionamento seria em mão dupla e não em mão única.
  • O Diálogo seria mais presente em nossas vidas.
  • Ouvir e falar ao invés de agredir.


E o perdão? Ah o Perdão! 

Tão necessário e tão difícil para nós meros mortais, que nada mais é do que um "NÃO" a coisas que nos fazem ser pequenos.

"As três coisas mais difíceis do mundo são: guardar um segredo, perdoar uma ofensa e aproveitar o tempo." Benjamim Franklin

Mas enfim é vivendo e aprendendo.

Sofrendo e Ganhando com o Sofrimento um tesouro chamado Experiência, ninguém melhor para provar isso do que "Thomas Edson" o inventor da Lâmpada:
Uma experiência nunca é um fracasso, pois sempre vem demonstrar algo. Thomas Edson

Mas se nada disso for compreendido lembre-se do Imortal Irmão Chico Xavier quando disse:

"A Semeadura é Livre, mas a Colheita é Obrigatória."

Um ótimo feriado a todos e muitos "NÃOs" em vossas vidas.